CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: cisne negro

terça-feira

cisne negro






quando a minha alma triste já sem asas
devaneia em lúgubres sonhos de amargura
em equinócios de cisnes negros
no último canto do beiral da primavera
meu canto elevo qual ave de diomedes
que chora cantando a morte fera

quando o sofrimento se antecipa ao contentamento
quando o silêncio determinante e sofredor amarga
e se transforma em feral vórtice de dor e mágoa
quando o voo é demasiado comprido e inalcançável
oh como é imperativo cisne negro
morrer nas asas do vento.

--

no derradeiro abraço do vento
explícitas são a simetria aberta das tuas asas
e a plangência dolorida do teu canto.

sobre o tremedal labirinto
ferem-se as cordas ao dolente pranto.

estática
só a saudade do tempo inicial
permanece.

intacta.

2 Comments:

Blogger teresamaremar said...

Nada morre no vento.
O vento é imortal, imparável.
Talvez se esgueire, talvez se torne suave brisa, mas, de novo, ganha força, e se ergue.
E à sua passagem, remove areias, mutáveis e frágeis paisagens que ao sabor do vento se transfiguram.
Nada acaba, quando muito altera-se.

Zénite deveria regressar aos seus Castelos.

2:26 da manhã, janeiro 31, 2008  
Blogger Zénite said...

Regresso, somente, para agradecer a tua gentileza e a luminosidade firme das tuas palavras.

Obrigado.

10:38 da tarde, janeiro 31, 2008  

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