cisne negro
quando a minha alma triste já sem asas
devaneia em lúgubres sonhos de amargura
em equinócios de cisnes negros
no último canto do beiral da primavera
meu canto elevo qual ave de diomedes
que chora cantando a morte fera
quando o sofrimento se antecipa ao contentamento
quando o silêncio determinante e sofredor amarga
e se transforma em feral vórtice de dor e mágoa
quando o voo é demasiado comprido e inalcançável
oh como é imperativo cisne negro
morrer nas asas do vento.
--
no derradeiro abraço do vento
explícitas são a simetria aberta das tuas asas
e a plangência dolorida do teu canto.
sobre o tremedal labirinto
ferem-se as cordas ao dolente pranto.
estática
só a saudade do tempo inicial
permanece.
intacta.
2 Comments:
Nada morre no vento.
O vento é imortal, imparável.
Talvez se esgueire, talvez se torne suave brisa, mas, de novo, ganha força, e se ergue.
E à sua passagem, remove areias, mutáveis e frágeis paisagens que ao sabor do vento se transfiguram.
Nada acaba, quando muito altera-se.
Zénite deveria regressar aos seus Castelos.
Regresso, somente, para agradecer a tua gentileza e a luminosidade firme das tuas palavras.
Obrigado.
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