CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO

quinta-feira



Tú eres cauce
y yo soy agua
-somos río-
agua sin bridas
y en tropel,
a merced del capricho
de tu lecho voy:
izándome en el aire
abofeteando orillas
incustrándome
en ocultas pozas
que creaste.


Y así
voy
bogo
titubeo o
permanezco
mientras
no se abra
la consistencia
de tu fuerza
y yo
me pierda en ella.

__

A tradução em português, que espero não fuja ao essencial:

Tu és leito
e eu sou água
-somos rio-
água sem bridas
e em tropel,
à mercê do capricho
do teu leito vou:
içando-me no ar
acometendo as margens
incrustando-me
nas ocultas poças
que criaste.

E assim
vou
remo
vacilo ou
permaneço
enquanto
não se abra
a consistência
da tua força
e eu
me perca nela.



Autora: ANATEMA

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Um poema muito sensual. Não sei se gosto mais em castelhano sem em Português...A poesia não tem nacionalidade, é ela própria uma nação ou um reino e a sua linguagem é ela mesma. Parabéns Anátema.

Tâmara

1:07 da manhã, julho 06, 2007  
Blogger Zénite said...

A poesia é a harmonia nas cores desencarceradas das sílabas. A tranquilidade na ventura recuperável. Um olhar sereno na imensidão do azul etéreo ou marinho. O despertar com o raio de luar filtrado pela gelosia, quando as horas vermelhas digitalizadas já anunciam, na sua urgência, o azul violeta do alvorecer. Um espreitar das montanhas a levante, no momento exacto em que o Sol desfaz o porão escondido da noite. Um encontro na madrugada ainda menina. Um renascer de sentires... uma lágrima de orvalho oscilando no fulgor resplandecente das flores e dos olhos que amamos.

Belas e justas as tuas palavras, Tâmara.
Assim o poema da Anatema. Assim os teus.

Abraços e um bom fim-de-semana para ambas.

11:29 da manhã, julho 06, 2007  
Blogger un dress said...

anatema...não calculas como me comoveu este poema

.da minha querida anatema...

que respira também as flores e os arbustos que estremecem o corpo.
a nordEste...



beijO.zéniTe. obrigada!!


:)

12:30 da tarde, julho 06, 2007  
Anonymous Anónimo said...

lindissmo, muitos parabens.

participe em www.luso-poemas.net

vai adorar:)
e para nos será uma honra
abraços!!

3:43 da tarde, julho 06, 2007  

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