CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: insomnia

terça-feira

insomnia



insomnia

Saber que a minha mente vagueia
por entre espaços cartesianos
que cruzam o vazio
de incipientes laivos de tinta inanes
em teclado quase de piano

Saber que por entre sustenidos de ébano
e bemóis de marfim
recebo de Mozart e Beethoven
alegrias e angústias em sinfonias
e sonatas que projectam em mim
luz e sombras sem fim
que se mexem sem cessar na noite escura
e deixam pegadas moles
na brancura de fantasmas de pedra

Saber que a alva há muito entrou pela gelosia
e me estrangula já de dia em teias de hera

Saber que a água das minhas lágrimas
se retém numa memória de dores
de textos inacabados incolores
na fria mágoa dos deserdados
enquanto eflúvios de álcool
se caldeiam com véus de fumo
de café e de tabaco

Saber que busco a luminosa luz azul do sonho
que medra em minhas mãos febris
que calcam os minutos e as horas mortas
em desesperos de aromas primaveris

Não saber que deliro em febre por entre os lençóis
e que no orvalho da aurora amarga
quando Vénus se apaga nos arrebóis
em vez do sublime rosto que procuro
vejo mutantes teclas de computador
que se soltam e voluteiam no escuro
coladas à ilharga dos bemóis

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Belo poema, Cisne Azul...

2:42 da manhã, junho 25, 2007  
Blogger un dress said...

... nostalgia ...

há uma nostalgia tão própria do que parece que nunca existiu ...


beijO

11:18 da manhã, junho 25, 2007  
Blogger un dress said...

sobre o poema de cima:

da liquidez do tempo inicial.

rio que corre...

11:20 da manhã, junho 25, 2007  
Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

Saber todo eso que dices tú y mucho más...

Saber que la música de Mozart o de Falla, nos llega a través del canal que elijamos ya es un milagro. Pero es que la música es un milagro. Y un milagro es que yo me esté dirigiendo a ti sin saber quién eres, ni cómo te llamas, si eres alto o bajo, rubio o gordo, filósofo al estilo de Aristóteles o del pastor del que hablaba Unamuno. Y milagro es que todo eso, a mí, ni me importa. Me importa lo que me transmites en cada comentario que me dejas, en cada texto que escribes.

Verdaderamente, el hombre, con todas sus imperfecciones, es el verdadero milagro.

Ah, gracias por tus lindas palabras en mi blog. Sinceramente no las merezco. Estoy llena de defectos.

Un abrazo.

3:55 da tarde, junho 25, 2007  
Blogger Unknown said...

belo poema sem dúvida!

sentimentos que caem devagar como se tirados um a um de dentro da alma.

uma janela de uma imagem de vidros lavados e cheiro fresco.

lindo!

5:37 da tarde, junho 25, 2007  
Blogger Dinada said...

Deapareci.
Para sempre.
Assim escolhi, levada pela dor.

Lá do cimo, acompanhar-te-ei, amigo Pólux...sempre. E segurar-te-ei as asas se as vir fraquequejar.

Um beijo,

Di

9:47 da tarde, junho 25, 2007  
Blogger Ana Paula Sena said...

Bom poema! Os meus sinceros parabéns.

2:49 da manhã, junho 29, 2007  
Blogger © Maria Manuel said...

a mente é um labirinto... sempre tão difícil de dizer - gostei da forma como aqui é dita, percorrida!

9:47 da manhã, junho 29, 2007  

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