insomnia
insomnia
Saber que a minha mente vagueia
por entre espaços cartesianos
que cruzam o vazio
de incipientes laivos de tinta inanes
em teclado quase de piano
Saber que por entre sustenidos de ébano
e bemóis de marfim
recebo de Mozart e Beethoven
alegrias e angústias em sinfonias
e sonatas que projectam em mim
luz e sombras sem fim
que se mexem sem cessar na noite escura
e deixam pegadas moles
na brancura de fantasmas de pedra
Saber que a alva há muito entrou pela gelosia
e me estrangula já de dia em teias de hera
Saber que a água das minhas lágrimas
se retém numa memória de dores
de textos inacabados incolores
na fria mágoa dos deserdados
enquanto eflúvios de álcool
se caldeiam com véus de fumo
de café e de tabaco
Saber que busco a luminosa luz azul do sonho
que medra em minhas mãos febris
que calcam os minutos e as horas mortas
em desesperos de aromas primaveris
Não saber que deliro em febre por entre os lençóis
e que no orvalho da aurora amarga
quando Vénus se apaga nos arrebóis
em vez do sublime rosto que procuro
vejo mutantes teclas de computador
que se soltam e voluteiam no escuro
coladas à ilharga dos bemóis
por entre espaços cartesianos
que cruzam o vazio
de incipientes laivos de tinta inanes
em teclado quase de piano
Saber que por entre sustenidos de ébano
e bemóis de marfim
recebo de Mozart e Beethoven
alegrias e angústias em sinfonias
e sonatas que projectam em mim
luz e sombras sem fim
que se mexem sem cessar na noite escura
e deixam pegadas moles
na brancura de fantasmas de pedra
Saber que a alva há muito entrou pela gelosia
e me estrangula já de dia em teias de hera
Saber que a água das minhas lágrimas
se retém numa memória de dores
de textos inacabados incolores
na fria mágoa dos deserdados
enquanto eflúvios de álcool
se caldeiam com véus de fumo
de café e de tabaco
Saber que busco a luminosa luz azul do sonho
que medra em minhas mãos febris
que calcam os minutos e as horas mortas
em desesperos de aromas primaveris
Não saber que deliro em febre por entre os lençóis
e que no orvalho da aurora amarga
quando Vénus se apaga nos arrebóis
em vez do sublime rosto que procuro
vejo mutantes teclas de computador
que se soltam e voluteiam no escuro
coladas à ilharga dos bemóis
8 Comments:
Belo poema, Cisne Azul...
... nostalgia ...
há uma nostalgia tão própria do que parece que nunca existiu ...
beijO
sobre o poema de cima:
da liquidez do tempo inicial.
rio que corre...
Saber todo eso que dices tú y mucho más...
Saber que la música de Mozart o de Falla, nos llega a través del canal que elijamos ya es un milagro. Pero es que la música es un milagro. Y un milagro es que yo me esté dirigiendo a ti sin saber quién eres, ni cómo te llamas, si eres alto o bajo, rubio o gordo, filósofo al estilo de Aristóteles o del pastor del que hablaba Unamuno. Y milagro es que todo eso, a mí, ni me importa. Me importa lo que me transmites en cada comentario que me dejas, en cada texto que escribes.
Verdaderamente, el hombre, con todas sus imperfecciones, es el verdadero milagro.
Ah, gracias por tus lindas palabras en mi blog. Sinceramente no las merezco. Estoy llena de defectos.
Un abrazo.
belo poema sem dúvida!
sentimentos que caem devagar como se tirados um a um de dentro da alma.
uma janela de uma imagem de vidros lavados e cheiro fresco.
lindo!
Deapareci.
Para sempre.
Assim escolhi, levada pela dor.
Lá do cimo, acompanhar-te-ei, amigo Pólux...sempre. E segurar-te-ei as asas se as vir fraquequejar.
Um beijo,
Di
Bom poema! Os meus sinceros parabéns.
a mente é um labirinto... sempre tão difícil de dizer - gostei da forma como aqui é dita, percorrida!
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