CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: Allegretto Dolce

sexta-feira

Allegretto Dolce




Excalibur, do pintor Boris Vallejo (contemporâneo).


- Dizei-me, ó Lua emigrante,
Lua nobre viajada,
Se vistes a minha princesa
Durante a vossa velada
Pela pátria portuguesa.
"Andam tantas cavaleiras
Por esta terra sagrada,
Dá-me tu, ó cavaleiro,
Os sinais da tua fada."
- Trajava uma alva túnica
E sobre esta um terno manto
Que cintilava ao luar.
Seus cabelos são de fogo,
Olhos índigos de mar.
Na dextra mão uma pena,
Na sestra um fio de tear
Que lh’ ofertou Ariana;
A pena p’ra m’escrever,
O fio p’ra m’orientar.
Tem lábios cor de carmim
E tal finura o seu rosto,
Que parece um querubim.
"Pelas arras que me dás,
Por aqui a vi passar;
Cavaleira de armas brancas,
* 
Em seu cavalo tremedal,*
De dia sorria ao Sol,
Dançava à noite ao luar;
Seguiu p’ra terras de Espanha, *

 Areias de Portugal, *
Ou terá sido Alemanha?
Levava cavalo branco,
Bebia pelo Graal,
Deixou lia de oiro fino,
Fulgor de prata e cristal,
Qual farol alexandrino
P’ra saíres da espiral."

- Que hei-de dar-vos Lua amiga
Pelas novas que me dais?
Dar-vos-ei uma arca de oiro
P’ra vossos raios arrecadardes.
"Guarda lá a tua arca
Que te custou a comprar."

- Dou-vos um véu de platina
P'ra vosso halo enfeitar.

"Ofertai tu esse véu,
Trovista de madrigal,
À tua  infanta querida,
Pois que a mim me basta o céu
E o sol da minha vida."

- Que então vos posso dar?
"Eu, de ti, não quero nada!
Pede à princesa que cante,
Pede à princesa que dance,
Quando é cheio o meu luar;
Rumba ou mazurca de fogo,
Tango ou valsa, tanto faz,
Se ela acolher este jogo,
Todo o mundo a vai amar."
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* Palavras assistidas” - (Nau Catrineta e D. Beltrão).





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