CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: para sempre

domingo

para sempre





para sempre

quando indiferentes as pedras
não te falarem de mim,
perguntarás ao oloroso zéfiro
e à nívea magnólia onde estou.

e eles te dirão que parti.
que parti nos flancos turvos
do cedo de uma manhã de maio
por entre as raízes do orvalho
ainda com sabor a cravos.

e estes te dirão,
num sopro de brisa
e em segredo,
que no meu coração habitas
desde sempre
e para sempre permaneces.

16 Comments:

Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

"desde sempre
e para sempre permaneces."

cual fósil
y petrificada
en unión perfecta.

así el mortal anhelo
así el logro.

(Conmovedores pétalos
Conmovedoras palabras)

Felicidad eterna para ti.

12:13 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger teresamaremar said...

Para sempre e Nunca mais são duas expressões que sempre mexeram comigo.

Aparentemente paradoxais, eu sinto-as sinónimas. Eternidade para sempre, é viver nunca mais...
Direi que, durante muitos anos, pensar nestes dois conceitos me fazia sentir a sensação do medo puro. A trazer angústia e impotência, a resignação a deixar-me inquieta.

Mas não é deste para sempre que as tuas palavras falam, pois estas não dizem do perene.

É, há pessoas inesquecíveis,
insubstituíveis porque únicas. Que parecem ter existido ainda antes de existirem.


Bom fim de semana

12:55 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger Zénite said...

Anátema,

“cual fósil
y petrificada
en unión perfecta.

así el mortal anhelo
así el logro.”

Eu sei que tu sabes das palavras a essência. E como sei!

Que a deusa Felicitas te traga a ventura perene, gentil amiga.

Uma noite tranquila para ti.

2:58 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger Zénite said...

Teresamaremar,

“Eternidade para sempre, é viver nunca mais...”

Como sempre, revejo-me nas tuas palavras sábias.



Na vergiliana expressão “para sempre”, me contemplo e me contenho. Para sempre!




"Para sempre. Aqui estou. É uma tarde de Verão, está quente. Tarde de Agosto. Olho-a em volta, na sufocação do calor, na posse final do meu destino.E uma comoção abrupta - sê calmo. Na aprendizagem serena do silêncio. (…) abro a porta do quintal. É um portão desconjuntado, as dobradiças a despegarem-se. Há muito tempo já que aqui não vinhas.(...) Um silêncio súbito, silêncio de terra. Só vozes ermas dos campos (...) E uma súbita ternura não sei porquê. Silêncio. Até ao oculto da tua comoção. (…) Parte-se carregado de coisas, elas vão-se perdendo pelo caminho. Se ao menos uma breve ideia. Não tenho. Não é bem a vida que faz falta - só aquilo que a faz viver.
(…)
Uma voz canta ao longe, na dispersão do entardecer. Vem do fundo da terra…
(…)
- Já vieste Paulinho?
Sim. Para sempre. Aqui estou. (…) Está uma tarde quente. Céu de zinco, carbonizado. Ao longe a montanha, uma grande pedra ao sol. Uma voz canta não sei onde. Ergue-se sobre o
silêncio da terra."

Vergílio Ferreira, “para sempre”

Abraço e uma noite tranquila.

3:02 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger Ana Paula Sena said...

Lindíssima, a nívea magnólia! O poema, muito sensível, como sempre.
Quanto à música: é soberba.
Bom domingo! :)

5:55 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

Vuelvo a escuchar la música.

"...y el viento, desde el castillo, me traía fragmentos de melodías olvidas. A lo lejos, acompañando a la música, un trotar de caballos, jubilosos, se aproximaba cada vez más hasta empañar mis ojos. Cuando pude abrirlos, mi cintura, estaba ya enlazada por sus fornidos brazos.

Las horas fueron filtrando el tiempo, como se filtran las llamas a través del hueco de la chimenea. Y así me despertó el día, entre sonrisas y lágrimas."

Permíteme esta pequeña licencia de sueños de mi infancia.

Un abrazo.

8:17 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger ContorNUS said...

percorro o olhar no que ofereces partilhado

As sílabas aladas à imagem em contornus de subtileza...

;) voltarei

10:21 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger ContorNUS said...

percorro o olhar no que ofereces partilhado

As sílabas aladas à imagem em contornus de subtileza...

;) voltarei

10:21 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger © Maria Manuel said...

a separação, a saudade antecipada, o que se perde, o que fica (e o que fica, mora sempre no coração)... e, no entanto, é belo o poema, mostras como é possível tocar os sentimentos mais tristes com sensibilidade, delicadeza, beleza.

11:08 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger un dress said...

agora é setembro.


/ agora.hoje


deverás então

ter

regressado...!!



:)




beijO

11:16 da manhã, setembro 16, 2007  
Blogger Ana said...

Poema, música, foto... harmonia perfeita. Gostei muito.
Bom domingo!
Anjota

12:11 da tarde, setembro 16, 2007  
Blogger teresamaremar said...

Vergílio...

- Eu disse que o sentir era hipócrita? Não é verdade. É o que está mais próximo do ser.
- Mas só as palavras o esclarecem, só nelas o sentir é verdade assumida.


A vida é assim. Súbitas resoluções sem cálculo. Como se nós trabalhassemos para um lado e a vida para outro.

Só a vida é verdade.


in, Até ao Fim

4:29 da tarde, setembro 16, 2007  
Blogger GS said...

... 'Para sempre' o título de um livro de Vergílio Ferreira, dedicado a sua mulher! Deste autor, um dos meus preferidos.

Um poema belíssimo o teu! Uma imagética amorosa/amorável tão singela e forte!

Há 'pessoas' inolvidáveis nas nossas vidas... assim que para sempre permanecem 'connosco' em cada dia que passa!

Um abraço,

Nota: Oliver Shanti, eu adoro! Suave tema este a acompanhar um final de tarde outonal que regressa...

6:45 da tarde, setembro 16, 2007  
Blogger Rosa Brava said...

"e estes te dirão
num sopro de brisa
e em segredo
que no meu coração habitas
desde sempre
e para sempre permaneces."

Bj ;)

12:36 da manhã, setembro 17, 2007  
Blogger Maite said...

Caro Zénite

Com estes seus poemas (de uma imagética magnífica), tenho vindo a conhecer (alguns) e a recordar (outros) os deuses da mitologia greco-romana. Penso que é uma ópima forma de os conhecer (através os seus poemas).

Boa tarde para si

3:14 da tarde, setembro 17, 2007  
Blogger hora tardia said...

sim .
para sempre!






único.


beijo.

3:22 da tarde, setembro 19, 2007  

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