CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: o vazio da sombra

sábado

o vazio da sombra



o vazio da sombra

caem ermas as horas
sobre o canavial dos dias

sal e orvalho
é o que bebo na neblina
das antemanhãs

na transparência do cendal
enxergo-te ilesa
sobre a areia fina
rente ao caniçal
e respiro-te quente
a longos haustos

como um rasto de aves
sobre a vastidão
que a memória alcança
transitória e frágil
é a palavra

êxtase e sal
na luz mais ingrata
do soro da solidão

na caravana de juncos
junto às margens
não há despojos ancorados
sobre o sono dos "cardos mansos"

no cais de embarque
por cima dos umbrais despidos
do entardecer do destino
não há círios nem lâmpadas acesas
sobre os mastros

sequer estrelas

apenas suspiros
soluços
lamentos
lágrimas

e há uma rosa escarlate
e um lenço vermelho
oscilando ao vento
como vexilos de sangue
impregnados de distância

restam agora
o vazio da sombra
as trevas abissais
e o eco implosivo
dos estilhaços do silêncio

e nada mais

10 Comments:

Blogger Mar Arável said...

O vazio da sombra

gostei

12:21 da manhã, setembro 18, 2007  
Blogger Dinada said...

En passant...

Um bom dia, inspirado amigo.

Di

8:59 da manhã, setembro 18, 2007  
Anonymous Anónimo said...

da solidão, despojada de tanto... resta talvez a memória de instantes, de sal, de êxtase, breves, frágeis, de tão perenes...

muito belo!

2:39 da tarde, setembro 18, 2007  
Blogger un dress said...

não interessa dizer do romantismo

que aqui antes o corpo dobrado

no ensaio seco dum só gesto

na memória amortalhado...








e no entanto a vida...

/tão belo como és...!! :):)

beijO

3:30 da tarde, setembro 18, 2007  
Blogger o Reverso said...

primeiro o som

depois as imagens

então as palavras

e,inesperadamente
a calma instalou-se em mim

não sei se vai durar, isto hoje está mau

abraço

4:29 da tarde, setembro 18, 2007  
Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

Y, ¿te parece poco?
La sombra que tú nos dejas.
La llevaré conmigo.

Maravilloso recorrido por la fantasía.

Tus palabras me dejan sin ellas.

Gracias por tus buenos deseos para mi viaje. Gracias y un abrazo.

10:58 da tarde, setembro 18, 2007  
Blogger Espaços abertos.. said...

As imagens,o som formam uma dança em plena sintonia.
Bjs Zita

11:23 da manhã, setembro 19, 2007  
Blogger teresamaremar said...

Palavras, em poesia. Lembro Octavio paz,



Entre lo que veo y digo,
Entre lo que digo y callo,
Entre lo que callo y sueño,
Entre lo que sueño y olvido
La poesía.
Se desliza entre el sí y el no:
dice
lo que callo,
calla
lo que digo,
sueña
lo que olvido.
No es un decir:
es un hacer.
Es un hacer
que es un decir.
La poesía
se dice y se oye:
es real.
Y apenas digo
es real,se disipa.
¿Así es más real?
Idea palpable,
palabra
impalpable:
la poesía
va y viene
entre lo que es
y lo que no es.
Teje reflejos
y los desteje.
La poesía
siembra ojos en las páginas
siembra palabras en los ojos.
Los ojos hablan
las palabras miran,
las miradas piensan.
Oír
los pensamientos,
ver
lo que decimos
tocar
el cuerpo de la idea.
Los ojos
se cierran
Las palabras se abren.



DECIR, HACER
A Roman Jakobson

3:39 da tarde, setembro 19, 2007  
Anonymous Anónimo said...

...agradecer a visita e deixar-te também um abraço

11:18 da manhã, setembro 20, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Não... (copi e past)boa poesia sim Castelo de vento.... parabéns.

2:36 da manhã, janeiro 08, 2008  

Enviar um comentário

<< Home

. .