Qualquer Dia
Zeca Afonso, Qualquer Dia
foto copiada do blogue http://atributos-1.blogspot.com/
Tempos de desdita, estes. Tempos de chuva e de vento e de gelo e de fome! Tempos de míngua e de dor e de apertos, em que o céu, a terra, o mar e os homens - alguns homens - ensandeceram e se uniram em conluios de desmedidos desconcertos. Dissolutos tremedais, estes dias lívidos cada vez mais longos, porta-ordens de escassezes de pão, de liberdade, de justiça e equidade, e até do lume transparente dos afectos.
Tempos de ventos sem quadrante, gelados, sibilantes, em que as noites, apesar de diminuídas, crescem de vazio por dentro e desembocam, sibilinas e sem mantas, nas manhãs frias. Partos abortivos da natureza e dos homens, dissaboridos espaços de desgraça e servidão, estes dias e noites sem candeias nem brasas acesas, mas também sem vivalma que brade bem alto, das profundezas abissais da alma: NÃO!!!
Tempos de Qualquer Dia como o é o tempo de todos os dias… em que só os cevados vampiros não têm invernos de apertar o cinto.
Se não, vejamos, ou melhor, ouçamos:
(6 de Fevereiro de 2009)
Tempos de ventos sem quadrante, gelados, sibilantes, em que as noites, apesar de diminuídas, crescem de vazio por dentro e desembocam, sibilinas e sem mantas, nas manhãs frias. Partos abortivos da natureza e dos homens, dissaboridos espaços de desgraça e servidão, estes dias e noites sem candeias nem brasas acesas, mas também sem vivalma que brade bem alto, das profundezas abissais da alma: NÃO!!!
Tempos de Qualquer Dia como o é o tempo de todos os dias… em que só os cevados vampiros não têm invernos de apertar o cinto.
Se não, vejamos, ou melhor, ouçamos:
(6 de Fevereiro de 2009)
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