CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: Qualquer Dia

sexta-feira

Qualquer Dia


Zeca Afonso, Qualquer Dia



foto copiada do blogue http://atributos-1.blogspot.com/

Tempos de desdita, estes. Tempos de chuva e de vento e de gelo e de fome! Tempos de míngua e de dor e de apertos, em que o céu, a terra, o mar e os homens - alguns homens - ensandeceram e se uniram em conluios de desmedidos desconcertos. Dissolutos tremedais, estes dias lívidos cada vez mais longos, porta-ordens de escassezes de pão, de liberdade, de justiça e equidade, e até do lume transparente dos afectos.
Tempos de ventos sem quadrante, gelados, sibilantes, em que as noites, apesar de diminuídas, crescem de vazio por dentro e desembocam, sibilinas e sem mantas, nas manhãs frias. Partos abortivos da natureza e dos homens, dissaboridos espaços de desgraça e servidão, estes dias e noites sem candeias nem brasas acesas, mas também sem vivalma que brade bem alto, das profundezas abissais da alma: NÃO!!!

Tempos de Qualquer Dia como o é o tempo de todos os dias… em que só os cevados vampiros não têm invernos de apertar o cinto.
Se não, vejamos, ou melhor, ouçamos:


(6 de Fevereiro de 2009)
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