uma sede de rosas

uma sede de rosas.
uma sede tantálica, silenciosa,
como uma brasa ardente queimando.
incendiando as memórias, constante.
como uma inflorescência de cactos abrindo a noite.
cingida de espinhos, o silêncio perfurando.
e a carne.
em labaredas algemada, arfante, felina.
agrilhoada, salina de sangue, vibrante.
na ausência de uma frescura de rosas,
sinal algum pulsa a meu favor.
nem a fresca brisa que afaga os cactos mansos.
a única luz que fulgura e subsiste
é a do fanal do fragoso rochedo
que esquadria as brumas e os mares de escolhos
da minha noite negra povoada de medos:
- a saudade dos teus olhos.
[quem diz que a larga ausência causa olvido,
ignora que a saudade tem memória]
uma sede tantálica, silenciosa,
como uma brasa ardente queimando.
incendiando as memórias, constante.
como uma inflorescência de cactos abrindo a noite.
cingida de espinhos, o silêncio perfurando.
e a carne.
em labaredas algemada, arfante, felina.
agrilhoada, salina de sangue, vibrante.
na ausência de uma frescura de rosas,
sinal algum pulsa a meu favor.
nem a fresca brisa que afaga os cactos mansos.
a única luz que fulgura e subsiste
é a do fanal do fragoso rochedo
que esquadria as brumas e os mares de escolhos
da minha noite negra povoada de medos:
- a saudade dos teus olhos.
[quem diz que a larga ausência causa olvido,
ignora que a saudade tem memória]
4 Comments:
a rosa é um momento raro
de rubor partilhado...
o apogeu da rosa
nas mãos que a maceram
o perfume atraiçoado
da rosa que espera
a rosa incinerada
no fogo da Primavera
a rosa é a espera
e o encontro
o travo perfumado
a rosa é um grito
mudo, a rosa no asfalto
Gostei tanto do teu poema, Zénite!
Um bom fim de tarde para ti!
Oh, Tâmara amiga, que lindo poema me deixas, escondido no meu obscuro deserto de vento e areia! Eu, que diariamente me extasiava perante as flores magníficas que cultivavas no teu formoso jardim. Mas não cheguei a tempo, eu sei! :(
Nem sei como tive a sorte, mesmo que breve, de o descobrir.
Obrigado pela partilha e pelas tuas palavras gentis.
Espero que não te importes que retire o teu poema da sombra, mesmo sendo tão pouca a luz que vai receber, mas de tal não tenho culpa, amiga.
Se discordares, dirás, e, embora lamentando, anularei o acto.
Uma noite tranquila para ti.
Abraço.
onde as palavras ardem de saudade e paixão -
Obrigado, Maria M.
Abraço.
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