CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: entre a pedra dura e o verde mar

segunda-feira

entre a pedra dura e o verde mar




entre a pedra dura e o verde mar

caminharei sempre por estas veredas
entre a pedra dura e o verde mar
e beberei das fontes destes ventos
a espuma das manhãs da preia-mar.
modelarei com os meus dedos de argila
a liquidez do fio do horizonte
onde a linha de luz por que me guio
voa à deriva com as andorinhas
ao lado da gaivota de dorso cinzento.

contornando brumas e escolhos
emigrarei silencioso e invisível ao teu encontro
vogando nos espelhos de lua-de-água dos teus olhos.

mergulharei no mar vermelho dos teus lábios
e subirei às nuvens brancas e hialinas
na linha limite entre o céu e o mar
onde as minhas lágrimas são salinas.

conheço as folhas deste livro.
estive no seu lançamento.
desfolhei na maresia este ar salgado
esta doce brisa evanescente
que paira nos horizontes azuis do tempo
a pedra abismo para onde emigro.

na pátina submersa da voragem dos dias
quando arrastadas pelo vento
as folhas do calendário da terra
rastejam setembrinas
pelo chão ainda morno
das ténues arestas de agosto
setembro-me com elas sobre a pedra indócil.
num prenúncio de chuva e vinho mosto
madrugarei pelas teias de luz na tua procura
e sob os céus de cobre de todos os ocasos
anoitecerei igual como se fora equinócio.

3 Comments:

Blogger o Reverso said...

....a pedra abismo para onde emigro..............

6:59 da tarde, agosto 06, 2007  
Blogger teresamaremar said...

"setembro-me..." porque depois me outonarei, início de um outro tempo mais verdadeiro. Os estios são fáceis, superficiais.


na linha limite entre o céu e o mar

linha indefinida entre azuis de céu e mar, que os olhos vêem e as mãos não alcançam

2:56 da manhã, agosto 07, 2007  
Blogger Zénite said...

Depois de Agosto,
num choro de violino
trazido pelo vento,
outonar-me-ei
por entre o zéfiro
e o roxo das uvas
em sabores de fruta
e vinho mosto
ao som de "wake me up
when september ends”. ;)

11:10 da tarde, agosto 07, 2007  

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