CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO

domingo


Franz Schubert,"O canto do cisne", D.957, fragm. "Serenata"

Antes, quando ali entrava, sentia que um doce calor invadia suavemente o seu corpo, desconhecendo, nesses momentos de serenidade, onde pernoitava a solidão. E muitas vezes as palavras brincavam consigo na frescura das sílabas, e cintilavam e fugiam e voltavam a aparecer sob os seus dedos. Agora, um estranho e penetrante algor perpassa o seu coração e invade todo o seu corpo, pairando, hesitante, sobre as suas mãos trémulas, num prenúncio de absurda invernia, quando é certo que lá fora a chuva há muito cessou, o céu azul voltou, e as amarras de Eolo cingem vigorosamente o bóreas, transformando-o no brando e perfumado zéfiro que agita suavemente as folhas das frondosas tílias do largo fronteiriço...


(Se não fosse o amor que a tudo incita
Leandro não morreria afogado no Helesponto
nem Hero sucumbiria nas mesmas águas
morta pela mágoa lancinante da sua desdita.)
Peregrino, "O Templo das Palavras Esquecidas”
. .