CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: Sophia Andresen

quarta-feira

Sophia Andresen



Edvard Grieg - 'Peer Gynt', Op. 23: no 13, Act 4 Prelude – 'Morning'






Contou-nos tempos templos e distâncias
Na deslumbrante transparência dos regressos
Falou-nos dos palácios e da sabedoria dos gregos
Cantou-nos deuses mitos e poetas
E marejou sob as velas dos portugueses
No oiro límpido de todos os poemas

Ensinou-nos a escutar o vento
O impulso cadenciado das ondas
O rumorejo cristalino das fontes
E a admirar o fulgor dos espelhos de água
Que incendeiam de brilhos as ilhas esmeraldinas

Exortou-nos a amar a lua e as estrelas
E o encanto nocturno do seu silêncio
E a apreciar a claridade e a nudez do dia
Nos reflexos de sol dos horizontes
Onde a paz se funde com a harmonia

Ensinou-nos a comungar a terra e as flores
E o balançar ritmado do feno e das espigas
A haurir o perfume dos pinhais e da maresia
A admirar o voo e o cântico das aves
E a maravilha das sombras e das cores
Onde a terra-mãe fala com as árvores

Falou-nos da paz que imana do amor e da verdade
E levou-nos às auroras onde mora o sol
E ao esplendor da justiça e da liberdade
Onde brotam as rosas do tempo inicial



Completaram-se no dia 2 de Julho p.p. três anos sobre a data em que a nossa saudosa Sophia nos deixou.
Escrevi estes humildes "versinhos", há 3 anos, como singelo preito de gratidão e homenagem à grande Poeta.

7 Comments:

Blogger Menina Marota said...

Grata por assim partilhar D. Sophia.

"Falou-nos da paz que imana do amor e da verdade
E levou-nos às auroras onde mora o sol
E ao fulgor da justiça e da liberdade
Onde brotam as rosas do tempo inicial"

Mais palavras tirariam a beleza de todo este momento.

Um abraço ;))

12:45 da manhã, julho 11, 2007  
Blogger Poesia Portuguesa said...

Subscrevo 100% a Menina Marota.

Grata pelas palavras deixadas no Poesia Portuguesa.

Um abraço ;))

12:46 da manhã, julho 11, 2007  
Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

Y quién así habló y enseñó
puede quedar tranquilo, dormir sobre lecho de espuma y descansar con la conciencia tranquila, consciente del deber cumplido.

Gracias por descubrirme a esa gran poeta.

Un abrazo.

8:58 da manhã, julho 11, 2007  
Blogger un dress said...

sim ensinou-nos:


a comungar pétalas de rosa

ao nascer do sol...




:)*

7:34 da tarde, julho 11, 2007  
Blogger Maite said...

Caro Zénite

Um excelente poema que captou de forma extraordinária a personalidade, a poesia e os contos de Sophia M. B.

Tenha um excelente final de tarde

8:56 da tarde, julho 11, 2007  
Blogger teresamaremar said...

Ela teria gostado. Algures ela gostará. Talvez do outro lado do mar que amava.

1:30 da manhã, julho 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

bela homenagem por onde perpassam todos os temas queridos a Sophia, na limpidez verbal que também lhe era característica :)

9:26 da manhã, julho 12, 2007  

Enviar um comentário

<< Home

. .