CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: En el pozo María Luisa

quinta-feira

En el pozo María Luisa


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eu choro o homem que morreu na ferromina

eu choro o homem que morreu no ventre
da terra-mãe em busca do vil metal,
seja ele o ferro, o ouro ou o carvão,
e que não teve tempo de ver crescer os filhos
nem conhecer a fluidez do colorido quente do verão
ou os magoados tons de violeta e sépia
de que se veste o ameno e lânguido outono.

Pretendo com este “post” prestar uma humilde homenagem aos que, debaixo da terra, extraem o vil metal que comanda a vida dos que estão à superfície, tantas vezes a troco da própria vida (dos mineiros).

Dedico-o, por extensão, aos cerca de dois milhões de homens e mulheres – e crianças! – que, segundo a OIT, morrem anualmente em todo o Globo, vítimas de acidentes de trabalho e de doenças profissionais.

Só alguns exemplos (refererirei, para simplificar, somente os mineiros chineses, por serem os mais atingidos, e também por a ideia de este "post" ter surgido após o recente acidente verificado numa mina da China Central, como refiro no final deste escrito).

No primeiro semestre de 2007, cerca de 1800 trabalhadores morreram em acidentes ocorridos em minas chinesas, de acordo com uma estatística publicada pela imprensa estatal.
Fonte: Rádio Renascença, Portugal

De referir que nos anos de 2004, 2005 e 2006 as mortes nas minas chinesas atingiram, segundo fontes governamentais um total de cerca de 14 000 mineiros.
(fontes consultadas: RTP, Lusa e Folha Online)
No entanto, e de acordo com estatísticas não governamentais, aquele número ultrapassará 27 000 mortos.

P.S.: entretanto, uma boa notícia: foram resgatados com vida os 69 trabalhadores recentemente enclausurados durante 3 dias na mina de carvão de Zhijian, na província central de Henan, China, devido a fortes inundações de água.

8 Comments:

Blogger teresamaremar said...

Este comentário foi removido pelo autor.

1:52 da manhã, agosto 10, 2007  
Blogger teresamaremar said...

Uma homenagem merecida sim.

(Este ritmo cadenciado é-me assustador)

O comentário anterior era meu, apaguei porque esqueci de dizer que visitei o site que me indicaste no post anterior e encontrei umas pistas bem úteis.

Obrigada.
uma boa noite

2:40 da manhã, agosto 10, 2007  
Blogger Afrodite said...

após regresso e rápida passagem pela minha casota, é este o primeiro sítio que visito (e último tambem, pois diz-me o técnico que os 15 euros de bonus antes da ligação à net duram menos que pouco).

Apenas para dizer olá e até breve
afrodite

8:10 da tarde, agosto 10, 2007  
Blogger Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) said...

Muchas gracias por dedicarme este post tan desgarrador.

Fíjate. Esa música y esa letra me retrotraen a una época en la que yo ni había nacido, pero de la que sé muchas cosas, muy tristes, muy cercanas y que me hacen daño.

Las guerras interceptan la evolución personal, ese crecimiento del ser humano que lo dignifica. Pero, nos dicen los historiadores, los politólogos y otros "especímenes", que las guerras son necesarias para un justo equilibrio.

y, dime Zénite. ¿Crees tú eso? Yo no. De ninguna manera.

12:46 da manhã, agosto 11, 2007  
Blogger Zénite said...

Cara Teresamaremar

Grato pelas tuas palavras e pela visita.

Também fico angustiado, mas gosto de ouvir esta triste melodia. Até tenho no carro o CD que a contém. Necessito, mesmo, de a ouvir de quando em vez.

Abraço e bom fim-de-semana.


Cara Afrodite,

Queixa-te ao Sócrates, que anda por aí a apregoar aos 4 ventos que o acesso à Net é barato. :)

Abraço e bom fim-de-semana.

Cara Anatema

Lamento ter-te trazido recordações tão tristes e que te pesam tanto nas memórias que, embora não tenhas vivido, sentes através das memórias dos que as viveram e sofreram, e que te são tão caros.

Considero perversos os argumentos e as reivindicações que conduzem às guerras.

Estou, assim, e mais uma vez, contigo, amiga!

Abraço e bom fim-de-semana.

1:23 da tarde, agosto 11, 2007  
Blogger D. Maria e o Coelhinho said...

E SE VIESSES OUVIR UM BOCADINHO DA MINHA OPERA PREFERIDA , COMIGO ?

FAZIAS-ME, TAMBÉM COMPANHIA !



D. MARIA

12:33 da manhã, agosto 12, 2007  
Blogger isabel mendes ferreira said...

bom dia Z.



venho agradecer, sensibilizada, a constância da tua presença.


abraço.


(faz bem saber que nos lembram...)
:))))

obrigada.

9:53 da manhã, agosto 12, 2007  
Blogger © Maria Manuel said...

bonito poema, sentida lembrança -

a morte banalizou-se, hoje em dia. quão fácil deixamos de pensar na vida humana de forma humana, individual (não sei se me consigo explicar)...

6:05 da tarde, agosto 16, 2007  

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