CHANSON D'AUTOMNE

Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.

Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.

Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte

Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.

Paul Verlaine
CASTELOS DE VENTO: entre os lençóis e as árvores

sexta-feira

entre os lençóis e as árvores



entre os lençóis e as árvores

uma lâmina de frio vara o silêncio
das vidraças do meu quarto
e desce inquieta sobre o teu xaile de lã virgem
estás longe
muito longe!
presente apenas o xaile
e o dezembro gélido e estranho
que navega na célere vertigem
de dobrar o solstício para atingir o natal

abro a janela

um silêncio feminil de luar
suspende-se nocturno
e desce das copas das árvores
trespassa os umbrais
e insinua-se cheio pelo quarto

lânguida e doce a claridade da lua
derrama-se e fulgura por sobre a seda
núbil do teu corpo adiado

num incêndio de êxtase e mel
surges-me num afresco
por sobre os lençóis da minha noite

a bordo dos meus dedos de argila
navegam já todas as tintas e os seus segredos
mas os dedos ansiosos e trémulos como a minha mente
em vez de avivarem a cores quentes a tua presença
apenas conseguem esboçar uma réplica da tua ausência
que persiste agora no vazio penumbroso
e sombrio de um retrato a sépia


(entre os lençóis e as árvores
o epicentro da minha saudade)

3 Comments:

Blogger Menina Marota said...

"...a bordo dos meus dedos de argila
navegam já todas as tintas e os seus segredos.
mas os dedos, ansiosos e trémulos como a minha mente,"

e a magia continua...a cada olhar, a cada pensamento.

Um abraço ;)

2:09 da tarde, julho 01, 2007  
Blogger galatea said...

hola!
Lástima que no se portugué como pata leer y disfrutar de creaciones literarias como tu poesía.
Luís Sepúlveda es un escritor famoso y leído, pero yo no!... un prejuicio, la primera vez que comencé a leer una de sus novelas, "El viejo que le gustaba leer novelas de amor" no me gustó y no le dí otra oportunidad... pero cuéntame tú qué es "Rosas mártires"...
Abraços.

3:29 da tarde, julho 01, 2007  
Blogger galatea said...

“(…)
- Allí las tienes. Las rosas del desierto, las rosas de Atacama. Las plantas continúan allí, bajo la tierra salgada. Las han mirado los atacamenses, los incas, los conquistadores españoles, los soldados de la guerra del Pacífico, los obreros del salitre. Continúan allá y florecen una vez por año. Al mediodía ya estarán calcinadas por el sol - dijo Fredy anotando datos en su cuaderno. ”
(Las Rosas de Atacama, de Luís Sepúlveda)
Está bastante bien la traducción, sólo 2 errores: bajo la tierra salgada... debe ser tierra "salada" (por el salitre);y atacamenses, el gentilicio es "atacameños"
Este breve texto está muy bien. otro escritor chileno muy marcado por la vida del desierto de Atacama es Hernán Rivera Letelier, por ejemplo: "la reina isabel cantaba rancheras"
gracias por el traductor, lo necesitaba!
abraços.

9:28 da tarde, julho 01, 2007  

Enviar um comentário

<< Home

. .